A chave para uma relação conjugal duradoura: comunicação.

Nos conflitos conjugais, é muito comum a tentativa de conter a fala para não provocar mais danos, tentando não piorar a situação. Isso pode ser frustrante, principalmente, quando não há a expressão efetiva e satisfatória do incômodo.

Por outro lado, há casais que se esgotam a ponto de ter uma comunicação violenta, improdutiva, desrespeitosa, falam, falam e falam e não saem do lugar, o problema continua ali e volta ligeiro na primeira oportunidade.

Mas, afinal, por que não conseguimos expressar o que desejamos? Expressar o que estamos sentindo, o que queremos, de forma clara, precisa?

Não fomos educados pra isso.

Podemos até aprender a nos comunicar de forma satisfatória, mas tem um porém: será que a outra parte, minha parceria, consegue atender meu pedido comunicado? Da forma que minha parceria consegue atender, me deixa em estado de satisfação? E se não, como lido com isso?

A chave para uma boa comunicação na relação conjugal é conseguir acessar o que sente. Isso tira você do lugar do julgamento, do apontar a falha.

Mas não para por aí. Vocês podem estar se perguntando: Vanessa, dizer o que sente é a maior balela, já disse várias vezes pro meu cônjuge como me sinto frustrada por ele chegar atrasado em encontros que são de suma importância para mim, ele dá de ombros.

Realmente é frustrante essa situação, mas não é tudo. Dizer o que sente, apenas, não é suficiente.

É preciso contextualizar esse sentimento. Que história ele conta sobre você? A frustração que você sente ao não ser atendida nesse conflito específico está ferindo qual necessidade pessoal?

Essa necessidade está conectada com a relação ou está conectada para algo além da relação? Se sentir frustrada porque seu cônjuge não chega na hora te deixa com qual outro sentimento? Rejeição, abandono, desvalorização, não se sentir vista(o)?

O que esses sentimentos identificados dizem de sua história em si?

Com tudo isso posto, você poderá falar de seu sentimento e da história desse sentimento em sua vida. O que ele provoca em você. Com isso há a possibilidade de fazer pedidos de forma respeitosa e amorosa.

Há garantia de que a outra parte vai te atender? Não. Não temos garantia de nada dentro de um relacionamento. O que podemos ter dentro de uma relação é a possibilidade de que o outro se envolva e seja recíproco com pontos de interesse comum, desejar o bem da parceria é um desses pontos.

Fazer pedidos de mudança frente aos conflitos conjugais pode ser um desafio, pois nem sempre atenderemos nosso cônjuge da forma que ele gostaria. Podemos nos esforçar genuinamente em atender, mas pode ser que a satisfação não seja encontrada.

E nesses casos, quando você avalia que a parceria realmente está tentando, porém você não se satisfaz, é hora também de cuidar de si, buscar satisfação em olhar as falhas da relação de forma mais positiva. Entender que seu desejo pode não ser satisfeito e buscar você mesmo uma forma diferente de realizá-lo.

Retomando o exemplo anterior, do parceiro que não chegava no horário, lembram? Que alternativa poderia ser pensada pela parceira e em conjunto se ela se sentisse ainda insatisfeita? Vamos supor que por mais que ele se esforçasse, ele ainda não conseguia cumprir com o horário em todos os compromissos, conforme ela desejava?

Alternativa 1: buscar compreender o atraso na vida do cônjuge e como ele se sente diante disso;

Alternativa 2: programar o horário com ele com uma hora de antecedência do compromisso estabelecido;

Alternativa 3: ser mais flexível e não levar pro lado pessoal como se o cônjuge quisesse  ofendê-la por se atrasar, caso ele tivesse realmente tentando mudar sua postura;

Alternativa 4: ter em mente que ninguém é perfeito, buscar reconhecer quando ele conseguir ser pontual;

Alternativa 5: buscar juntos formas alternativas que pudessem respeitar a ambos em suas limitações frente ao problema.

Quais outras alternativas vocês sugeririam?

Compartilhe essa reflexão. Conhecimento bom é conhecimento compartilhado.

Vamos juntos disseminar informação?

Abraço afetuoso.

Vanessa de Almeida

Psicóloga clínica e Psicoterapeuta de Casal e Indivíduos

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