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A experiência do luto para o casal que perde um filho

  • Foto do escritor: psicovanessadealmeida
    psicovanessadealmeida
  • 5 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

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Olavo Bilac dizia que a saudade é a presença dos ausentes.


A morte sinaliza a nossa finitude e que tudo na vida tem início, meio e fim. E quando nos deparamos com a morte de um integrante da família, percebe-se que não temos controle algum de quando este evento será anunciado, com exceção de casos das pessoas que convivem com algum tipo de doença crônica.


Nesse sentido, experienciar a morte de um filho, culturalmente falando, é algo desafiador. Geralmente, pensa-se que os pais que devem ir primeiro que sua prole. Mas e quando ela acontece de maneira contrária? Quais impactos desse acontecimento para a vida do casal e como reconstruir sentido para essa experiência e possibilitar vivenciar esse momento tão triste de modo mais resiliente?


Alguns estudos apontam que a experiência do luto saudável pode levar até dois anos. Quando a pessoa não consegue assimilar a experiência de morte dentro desse período se torna um luto complicado, patológico. Nas experiências de família, principalmente, com casais que perdem seus filhos os sentimentos de culpa, impotência, raiva, desamparo, angústia, desvitalização e perda de sentido da própria história, entristecimento, negação podem se fazer presentes.


E todos esses sentimentos de maneira exacerbada após o período de luto saudável, sinalizam que esse casal ou pessoa precisa de ajuda. Contar com o apoio de familiares, amigos, religião e apoio profissional podem fazer uma diferença significativa para processar essa fase dolorosa. Aceitar a perda de um ente querido, de um filho que se foi coloca em movimento a capacidade do casal enquanto ajuda mútua e do como cada um lida com o fato de maneira individual.


É importante salientar que a construção da história de vida desse casal está intimamente relacionada à forma como poderão enfrentar desafios, principalmente, em relação à morte de de um filho. Quanto mais este casal se sentir pertencente, empático, respeitoso, disponível e paciente tanto para a relação, quanto para si mesmos, mais possibilidades de enfrentar esse momento de maneira corajosa, integradora e resiliente será.


Muitas vezes, é possível acompanhar casais que diante dessa perda se desencontram de seus relacionamentos, não conseguindo mais ver o casal que eram. Culpam um ao outro, sentem-se sem motivos para continuar juntos, impotentes, com medo e intensamente fragilizados, não conseguindo encontrar motivos para se olharem diante da dor e perda desse alguém tão especial.


Obviamente, pode acontecer de ambos processarem o luto de maneiras diferentes: um pode estar negando a morte, com intenso sofrimento, culpando-se e desvitalizado de seus próprios compromissos e afazeres, o outro pode já ter aceitado o processo de perda e elaborado om luto de uma maneira mais tranquila, o que não quer dizer de maneira menos dolorosa. Os recursos internos deste último que vive e aceita a morte de seu filho de maneira mais resiliente, se mostra de fundamental importância para criar um espaço de acolhimento e confiança com o outro parceiro que sofre.


Afinal, uma relação de casal fortalecida, mesmo diante de situações de extrema dor, sinaliza saúde e acolhimento de seus integrantes. Criar um espaço de diálogo onde os sentimentos e emoções acerca da experiência de luto pelo casal possa ser exposto e expandido em conversas e trocas mútuas, ajuda na elaboração dessa perda. Muitas vezes, o processamento acontece pela via da busca de ajuda profissional de maneira individualizada.


A morte de um filho pode ser uma experiência devastadora e desintegradora para o casal, e a conjugalidade e a parentalidade são papeis que se retroalimentam, ou seja, influenciam-se diretamente. Portanto, torna-se essencial, ressignificar essa experiência da forma mais acolhedora possível e perceber quando não se consegue passar por essa fase sozinho, enquanto pessoa ou como casal.


Você conhece alguém que esteja passando por essa fase e que se beneficiaria dessa reflexão? Compartilhe!

 
 
 

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Psicóloga Vanessa de Almeida - Terapia de Casal e Individual Online.

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