Devo dar uma segunda chance e continuar nessa relação?
- psicovanessadealmeida

- 9 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de jun. de 2023
Quem é meu cliente já ouviu algumas vezes eu dizer em sessão: “Nem 8 nem 80; nem rígido nem flexível demais; polaridades não trazem saúde.”
Essas premissas nos remetem a um ponto de reflexão sobre esse tema, se devemos ou não dar uma segunda chance ao parceiro ou parceira, à relação em si.
Se você está passando por isso, gostaria que você refletisse sobre a trajetória da relação até o dia de hoje: houve mais momentos negativos ou positivos? Quais foram as aprendizagens sobre o seu parceiro(a) e sobre você mesma nessa relação? Vocês conseguiram crescer e se desenvolver juntos? Quais pontos você admira e que não admira em seu parceiro? Como você se envolve para ajudar no crescimento de seu parceiro(a) quando percebe que ele/ela tem uma dificuldade?
Dependendo dessas respostas sobre a relação, pense um pouco em você. Quais são os valores, os princípios, os pilares de um relacionamento que são inegociáveis para manter satisfação e felicidade e que você não se sente invalidado, desrespeitado. Aqui, não proponho a você pensar que as relações não têm seus altos e baixos, mas é importante você refletir sobre o que não abre mão dentro de um relacionamento e aquilo que você pode ceder, flexibilizar.
Vamos a alguns exemplos? Respeito, confiança, intimidade, lealdade, diálogo, parceria, amizade, segurança, relação com a família, são alguns princípios que conduzem algumas expectativas que a pessoa pode levar para seus relacionamentos e que espera que o outro possa supri-las de alguma forma. Esses valores podem ser negociáveis ou não, dentro de alguns contextos e situações.
Observe que ter expectativas de que o outro vá suprir ou não esses princípios diz mais de você que do outro. Ora, veja bem: o outro pode atender a esses valores, mas do jeito dele e não da forma como você gostaria. E é exatamente aí que muitos impasses e conflitos de casal acontecem.
Você tem uma expectativa que não é realizada da forma como gostaria, mas se percebe que seu cônjuge se esforça, tenta atender às suas necessidades, valoriza seus sentimentos e se empenha para que juntos possam formar um time, aí está uma boa oportunidade para dar um sim e conceder uma nova chance, mesmo diante de alguns conflitos e expectativas que não são realizadas da maneira que gostaria.
O termômetro que vai ditar se você deve ou não dar uma segunda chance são os seus valores internos e a possibilidade do verdadeiro envolvimento de seu cônjuge em acolher, respeitar e valorizar esses pilares que conduzem a relação. Observe também quais são os valores de vocês enquanto casal, o que um e o outro pensam sobre isso e compartilham em conjunto.
Fato é que existem valores que se não respeitados dentro de um relacionamento podem levar ao rompimento, pois esse valor para o parceiro(a) é como se fosse o ar que ele respira, o pilar que o sustenta. Assim, torna-se fundamental refletir se você compartilha também desses valores, se compreende que é importante para o outro e está disposto a acolher e fazê-lo presente na vida de vocês, pois decidiu estar nessa relação com seu cônjuge.
Ter responsabilidade e reciprocidade com a vida de seu parceiro(a) e pelo o que dividem nessa trajetória conjugal, se interessar pelo mundo e pelo o que é importante para o outro, além de reconhecer isso em si também, pode ser a luz no fim do túnel para tomar essa decisão de dar ou não uma segunda chance.
Lembre-se: é a partir de seu mundo interno, e aqui mundo interno significa seus sentimentos, emoções, valores e princípios que regem a sua vida, que você poderá tomar a direção e decisão sobre qualquer tema que aconteça com você. Se houver alguém que se interesse e queira compartilhar esse caminho, não precisa ser do jeito que você idealiza, mas demonstra que é importante também para ele, é possível seguir juntos. Do contrário, é melhor tomar outro rumo.
Essa reflexão fez sentido para você? Que tal compartilhar com alguém especial?
Abraço afetuoso.



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