Devo me separar ou não?
- psicovanessadealmeida

- 5 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 15 de abr. de 2024
Muitos casais diante das diferenças na relação se perdem perante tantos conflitos. Sentem dificuldade de comunicar seus anseios, medos e dúvidas aos parceiros, o que acaba refletindo na relação consigo mesmo e prejudicando ainda mais a qualidade do relacionamento.
Nesta perspectiva, fica a pergunta: devo me separar ou não? Como posso fazer esse planejamento?
Sim, precisamos planejar, criar espaço para que a separação não seja traumática, respeitando os sentimentos de ambos os parceiros e se acolhendo, embora esse momento possa ser vivenciado com muita hostilidade e insegurança.
Você deve se separar quando a sua melhor parte não se faz presente no relacionamento. Você deixou de ser você para agradar o outro, você não goza de liberdade e autonomia, você se sente preso, criticado, mal-amado, você não vê o compartilhamento de objetivos em comum.
Para dar o melhor de si numa relação você depende da capacidade de ser livre sendo quem você é! Assim, quando você está chateada ou magoado dentro do relacionamento, sem forças para contribuir com a sua melhor versão, fica difícil identificar seu valor enquanto pessoa.
E para ajudar a refletir sobre o processo de separação, abaixo vou elencar alguns comportamentos e decisões que te auxiliarão a vivenciar esse momento de maneira mais tranquila, não menos dolorosa.
SE DÊ UM TEMPO SÓ: antes da decisão, permita-se um tempo sozinho, reflita sobre o relacionamento, sobre o quanto está feliz ou não, o que fez para melhorar o conflito, o quanto de força ainda tem para depositar nessa relação. Pergunte-se se o outro tem tido também empenho e disposição de construir uma relação conjunta harmoniosa, onde ambos crescem juntos. O período do tempo deve ser combinado entre o casal, bem como o acesso ao outro e as formas de contato, se for o combinado.
REFLITA SOBRE OUTROS PONTOS DURANTE O TEMPO: Você ama outra pessoa? Acredita que chegou no limite e não sabe mais o que fazer? Tem certeza se ama? Sente-se muito próximo do parceiro, mas longe de si mesmo? Está cansado e entediado e não acha que é levado à sério nessa relação? Sente-se invadido? Precisa de novas perspectivas de vida?
Ao se dar esse tempo, pondere, observe com calma se a decisão é pela separação ou não. Caso positivo, vamos planejar essa separação?
Pense sobre o PORQUÊ ESTÁ SE SEPARANDO. Reflita sobre isso e se pergunte se a separação é realmente necessária. Aqui, ainda é possível gerar novas possibilidades de compromisso, é aonde os casais voltam na decisão e ainda persistem mais um pouco, pois conseguem rever os combinados e ceder um pouco aqui, outro acolá. Os sentimentos podem estar confusos e caso haja o desejo pelo rompimento, será muito claro enxergar que a separação é para o crescimento de ambos, não há o objetivo de atormentar o parceiro ou despejar toda raiva e hostilidade contra ele(a).
A QUEM DEVEM COMUNICAR SOBRE A SEPARAÇÃO INICIALMENTE? Quem deve saber sobre o rompimento e o que comunicar? Isso deve ser um combinado de ambos diante dessa decisão. Vocês vão precisar de um tempo para organizarem as ideias, sentimentos e emoções. Lembrem-se que vocês não têm que justificar, dar explicações a ninguém sobre a decisão de separar. Sejam sucintos e preservem a intimidade a quem queiram neste momento.
SAIA DO PAPEL DE VÍTIMA E SEJA PROTAGONISTA: não coloque a culpa do término da relação na conta do outro. Você foi tão responsável quanto o seu parceiro(a) para que esse momento chegasse. Assim, a autoavaliação de como você é como cônjuge vale muito aqui. Você esse escolheria para casar, namorar? O que traz de benefícios para o relacionamento e quais partes de você merecem atenção para melhorar?
FINANÇAS: na separação é muito importante pensar sobre as finanças do casal. Como farão para se sustentar sozinhos. Vão dividir durante algum tempo as despesas até as coisas entrarem nos eixos? Aqui entra um subtema, filhos, vida profissional. Alguém deixou de se dedicar à profissão para cuidar da família? Quem ficará com os filhos? Como podem combinar essas e outras questões sem prejudicar o outro? Lembre-se: equilíbrio nas decisões é a melhor saída.
Após refletir acerca desses e outros assuntos, pense sobre suas necessidades atuais. Seja compreensivo e solidário. Não recuse experimentar os sentimentos de tristeza, incertezas, medo. Acredite: tudo isso faz parte de seu crescimento e empurrar o que sente para debaixo do tapete ou tentar fingir que não dói é muito pior. Sentimos alegria porque sabemos o que é sentir tristeza.
Às vezes, trilhar um rumo sozinho é se permitir novas descobertas. Sentir gratidão pelo tempo de união só pode trazer aprendizagem quando nos propomos a lidar com a decisão da separação de maneira madura responsável.
Essa reflexão te ajudou? Compartilhe com alguém especial.
Abraço afetuoso.



Comentários