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Por que há traição nos relacionamentos?

  • Foto do escritor: psicovanessadealmeida
    psicovanessadealmeida
  • 25 de jan. de 2024
  • 4 min de leitura

Assunto muito complexo, principalmente, porque toca em valores morais construídos pela sociedade, religião e envolve também preconceitos e até questões de gênero entre homem e mulher.


A reflexão aqui terá por base minha experiência clínica, estudos e leituras que realizei ao longo do tempo sobre o tema.


A traição nada mais é que a quebra, rompimento de um acordo na relação conjugal. Acordo este que pode ser explícito ou implícito no que tange ao envolvimento com outras pessoas, tendo ou não o contato sexual.


Você já parou pra pensar como foram acordados o envolvimento com outras pessoas na sua relação de casal? Não pense que isso já está implícito num relacionamento. Quanto mais clareza sobre o tema vocês tiverem melhor.


Você já parou pra pensar que existe traição para além do envolvimento sexual? Isso mesmo! Deixar de compartilhar com sua parceria um conflito que esteja vivenciando e confidenciá-lo com alguém que nem tem tanta intimidade assim, configura para muitos casais, traição. E de fato, é!


Neste último caso, o casal deixa de compartilhar intimidade e direciona fatos íntimos a um terceiro. Olha a traição por ai... Mas Vanessa, não posso confidenciar uma questão com um amigo? Claro que pode! Mas se sua parceria está envolvida nessa confidencia, sendo tema dela, é com ela que você deve falar, resolver, criar intimidade, negociar diferenças.


Amigo é rede de apoio, ele não está vivendo debaixo do mesmo teto e pele de vocês.


Sendo assim, a traição pode ter diferentes significados e níveis de gravidade para as pessoas. Alguns relevam se o par se envolveu com outra pessoa sem ter contato sexual, outros já não admitem de forma alguma nenhum tipo de contato físico ou emocional com um terceiro.


Dessa forma, elenquei abaixo alguns pontos que podem levar à traição nos relacionamentos:


  • Vivenciar uma relação desgastada, sem diálogo, com conflitos intensos e repetitivos. Os pares estão distantes e sentem dificuldade em criar intimidade na relação. O afeto e compromisso estão balançados e ambos olham para direções diferentes. Não há paciência nem disponibilidade para entrar em contato com as questões e problemas do casal. O terceiro entra na relação funcionando como válvula de escape ou até mesmo como fonte de esperança de resgate ao que acontecia na relação original, ou seja, quem trai deseja viver o que não está conseguindo na relação de compromisso.


  • Desinteresse sexual por motivos de estresse em outras áreas da vida que reverberam na relação de casal. Pode acontecer de um dos pares estar envolvido em questões difíceis na família ou no trabalho e isso ser fator de rusgas entre o casal. Mais uma vez, a quebra de intimidade pode levar um dos pares ou ambos a buscarem prazer ou validação em um terceiro. Lembrando que intimidade não significa sexualidade, ato sexual. Ambos conceitos estão envolvidos no manejo e cultivo de uma relação.


  • Padrão de funcionamento familiar: em algumas histórias familiares, a traição por um dos pares pode ser comum numa família, impedindo que o casal se comprometa com a união, cumprindo os acordos de lealdade. Quando isso acontece, aquele que foi traído/traiu pode se voltar, por exemplo, para a família. Ao descobrir a traição, ambos se distanciam, ficam com maior disponibilidade para “solucionar” conflitos familiares ou ter mais tempo com a família que não “autoriza” esse membro a ter vida própria. Há maior abertura de confidencias em relação ao conflito conjugal também no âmbito da família de origem, ultrapassando a barreira da intimidade conjugal. De tão leal à família, acaba-se traindo a sua relação.


  • Fantasias sexuais em que um dos pares ou ambos não se sentem à vontade para realizar seus desejos com sua parceria. Este é o ponto mais polêmico, porque envolve juízos de valor, fatores emocionais e relacionais. Mulheres podem olhar para seus homens e pensar: “esse é um homem de família, pra casar” e desejar ter sexo quente com outros homens. Por outro lado, também pode acontecer com os homens veem suas mulheres como cuidadoras, mães, “mulheres de respeito”. Isso pode deserotizar algumas mulheres e os homens podem acabar procurando outras parceiras para satisfazer fantasias que jamais imaginam sendo vivenciadas pelas suas mulheres “santas”. Para esses homens é como se estivessem desrespeitando suas mulheres. Fica mais fácil realizar seus desejos sexuais com alguém de fora, sem uma relação de compromisso.


  • Vontade de ter novas experiências sexuais diante de um relacionamento que caiu na rotina e ambos os pares não se disponibilizam em criar novos repertórios na sexualidade conjugal. Observa-se que a relação é mantida mais pelo afeto que pelo desejo sexual, essa pode ser uma brecha para entrada de um terceiro.

  • Alguns estudos apontam que pessoas satisfeitas e felizes em seu relacionamento também podem trair e que a dependência financeira de um dos pares pode culminar em traição.


Trouxe algumas reflexões sobre motivos que podem levar casais a traírem seus parceiros. As causas não se resumem apenas a essas aqui representadas. Não existe certo e errado ou uma defesa de quem trai ou quem foi traído. Esse não é o objetivo do texto.


Recomendo que conversem sobre lealdade, intimidade, sexualidade e compromisso. O que querem para a relação, o quanto estão dispostos a fazer a relação funcionar e trabalhem em conjunto para que isso aconteça de fato! Não se esqueçam: sexo e sexualidade é só uma área do relacionamento. Pode existir diversas formas de traição e acordos diferentes.


Dialoguem!


Compartilhe essa reflexão. Conhecimento bom é conhecimento compartilhado.

Vamos juntos disseminar informação?

Abraço afetuoso.


Vanessa de Almeida

Psicóloga clínica e Psicoterapeuta de Casal e Indivíduos


 
 
 

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