top of page

RELAÇÃO PAIS E FILHOS: QUEM VOCÊ FOI NA ADOLESCÊNCIA?

  • Foto do escritor: psicovanessadealmeida
    psicovanessadealmeida
  • 13 de nov. de 2021
  • 4 min de leitura

Ser adolescente não é nada fácil. Além das confusões emocionais e fisiológicas acerca do próprio corpo, essa fase rompe barreiras sociais: é hora de questionar mais a fundo as regras familiares, se inserir em outros grupos de amigos, ver novas formas de relação, seja na escola, na igreja, na casa dos amigos. Para aqueles que têm filhos ou querem ser pais no futuro, essa reflexão exige que você traga à memória como foi a sua adolescência, sobre o que você carrega no seu coração que gostaria de repassar às gerações seguintes, seus filhos. Para cuidar, para exercer a paternidade, a maternidade com carinho e atenção a cada fase vivenciada pelos filhos, (e aqui focarei exclusivamente à fase da adolescência) é preciso adentrar na nossa própria história e nos perguntar: como eu vivenciei a minha adolescência? O que eu trago ou trarei da minha experiência para a relação com os filhos que tenho ou que terei?

Muitas serão as respostas...

A fase da adolescência é cheia de transformações e informações tanto emocionais, corporais e afetivas quanto comportamentais, que ocorrem de forma muito rápida. É a fase de desprendimento da família e vinculação em outros grupos. Fase de fazer escolhas, de impor a força de nós mesmos, afirmar nossa identidade dentro do meio que vivemos para demonstrar posições, atitudes e pensamentos. É nesse sentido que se torna fundamental prestar atenção em como foi vivenciada essa fase por vocês - pais e mães: como era a comunicação nesse período dentro de sua família, tendo em vista esse ciclo de características de tantas turbulências? Com quem se identificavam mais e tinham abertura, com seu pai ou sua mãe? Qual é a sua história nesse sentido? Você se sentiu escutado, validado? Como tem tratado seus adolescentes ou como foi tratado(a)? A adolescência corresponde a um período de descobertas dos próprios limites, de curiosidade por experiências novas, de questionamentos dos valores e das normas familiares e de grande adesão aos valores e normas referentes ao grupo de amigos, de rupturas e de aprendizados, sendo uma etapa caracterizada pela necessidade de integração social, pela busca da auto-afirmação e da independência individual e definição da identidade sexual. Na travessia desse processo os adultos desempenham um papel central, uma vez que oferecem a base inicial ao indivíduo, no que diz respeito às regras e normas essenciais para o convívio em sociedade, bem como atuam como modelos. A comunicação entre os membros da família se torna peça fundamental para potencializar e auxiliar o estabelecimento de relações mais satisfatórias e saudáveis. Nesta fase, o adolescente passa a questionar as regras, valores e crenças familiares, e os pais por sua vez, se surpreendem com as atitudes dos filhos, que ficam mais instáveis, irritados e questionadores. Em vista das novas demandas que ocorrem no relacionamento familiar na fase adolescente, faz-se necessário que haja um aumento na flexibilidade dos limites e equilíbrio na autoridade dos pais, no intuito de manter a harmonia familiar. Isso promoverá que o adolescente se aproxime quando sentir necessidade e se afaste para se diferenciar dos outros. Pesquisas indicam que a comunicação mais frequente que o adolescente estabelece seria com a mãe. A mãe, segundo relatos, é mais compreensiva, próxima e entende mais o sujeito em questão, o que corrobora com a visão de que mãe é aquela que dispensa cuidados e atenção. Já com o pai, a relação é boa e coerente, apesar de não serem muito próximos, devido ao papel do pai, muitas vezes, ter que sustentar a família com o trabalho. Já com os irmãos, a relação fraterna de um modo geral é boa, no sentido da comunicação. Sendo assim, é na família que se dimensiona e têm início as práticas da educação e da socialização, estabelecendo-se formas e limites para as relações que são mantidas entre as gerações mais novas e mais velhas. É a partir do processo socializador que o indivíduo elabora a sua forma de ser, adquirindo, no interior da família, como já citado acima, os valores, as normas, as crenças, as ideias, os modelos e os padrões comportamentais necessários para sua atuação social. A família apresenta, também, um papel relevante em relação à conservação e mudança de hábitos, costumes e comportamentos entre os membros que a compõem e entre as gerações. A fase da adolescência interfere na família como um todo. Na resolução de conflitos, o ideal é que busquem adaptarem-se às transformações dos filhos adolescentes e às mudanças da própria família, bem como dos próprios pais. Esses recursos envolvem compartilhar os problemas com o adolescente, flexibilizando os limites, depositar confiança no filho, preocupar-se em orientar, oferecer modelos e dialogar. Essa adequação, portanto, depende da capacidade dos pais em equilibrar a supervisão da qual o adolescente ainda necessita com a concessão da independência que o mesmo busca. Assim, encerro essa reflexão indagando sobre como você vivenciou a sua adolescência e o que tem passado aos seus filhos ou deseja passar para seus futuros filhos? Antes de qualquer convivência familiar, é necessário olhar a nossa própria história familiar. Textos inspiradores para essa reflexão PRATA, Elisângela Maria Machado; SANTOS, Manoel Antônio dos. Opiniões dos adolescentes do ensino médio sobre o relacionamento familiar e seus planos para o futuro. Paideia, São paulo, 2007. Disponível em [www.scielo.com.br/padeia]. Acesso em 29 set. 2021. REICHERT, Claudete Bonatto; WAGNER, Adriana. Autonomia na adolescência e sua relação com estilos parentais. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 38, n. 3, pp. 292-299, set./dez. 2007. WAGNER, Adriana; FALCKE, Denise; SILVEIRA, Luiza Maria Braga de Oliveira; e cols. A comunicação em famílias com filhos adolescentes. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 7, p. 75-80, jan./jun.2002.


ree

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


WhatsApp

Ficou alguma dúvida?

Quer perguntar mais sobre meu trabalho ou deseja agendar a sua sessão?

Entre em contato comigo através do telefone abaixo ou me chame via WhatsApp.

Atendimento somente online e com hora marcada, via Teams ou Google Meet para todo o Brasil e brasileiros no Exterior. Atendimento particular.

Tel: (31) 99294-3850

  • wt

Contate-me

Obrigado(a)

Psicóloga Vanessa de Almeida - Terapia de Casal e Individual Online.

bottom of page