Você está casado com seu cônjuge ou com a sua família de origem?
- psicovanessadealmeida

- 7 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de jun. de 2023
O casamento é sem dúvidas um passo além no que tange à responsabilidade mútua e desejos afins que duas pessoas podem realizar e viver.
Leva duas pessoas a dividirem despesas, sonhos, alegrias, tristezas, construir patrimônio. O que os casais não imaginam é que carregam na bagagem da relação tudo que aprenderam sobre relacionamentos com a família de origem ou pessoas significativas de seu convívio.
E isso é ruim? Claro que não! Desde que essa bagagem não emperre a relação conjugal.
Sempre gosto de falar aos meus clientes que quando escolhem se casar ou ter um relacionamento com alguém, optam com essa decisão a adquirir o pacote completo: o parceiro ou parceira não vem sozinho, mas vem com todo o aprendizado que teve com a família de origem. Você está disposto ou disposta a aceitar o seu parceiro com tudo o que ele vem?
É salutar que os casais estejam conscientes da maneira como funcionam, reagem, sentem-se incomodados, alegres, motivados, disponíveis, saibam sobre o que agrada, desagrada.
E todo esse conjunto de características, jeitos, maneiras de ser são construídos no contexto familiar e com relações significativas ao longo tempo. Pergunte-se: como era a relação de casal de seus pais? Eles eram felizes? Trocavam carícias? O que aprendeu sobre ser homem e mulher e sobre responsabilidades afetivas no casamento? Como era a relação de seus pais com você? Você se sentia nutrido de afeto, respeito, segurança, colo?
Agora, pense em seu casamento. O que é que você trouxe de sua bagagem relacional familiar que está depositando na sua relação conjugal? Podemos agir de maneira igual ou oposta. Até mesmo encontrar um meio do caminho diante da convivência passada na família.
O que quero explicitar e refletir por aqui é quando você despeja toda a sua insatisfação na relação conjugal por um conflito familiar e que você não tem nem ideia de que o faz, porque ele é inconsciente.
Vamos supor que a sua relação de casal tem andado desgastada, ambos estão distantes, não conversam. Seu comportamento é só de criticar e o de seu parceiro ou parceira só de distanciar. Se você pudesse parar para refletir de onde vem esse jeito crítico/distante dentro de seu contexto familiar? O que essa reflexão poderia dizer para você?
Será que você foi criticado, julgado em algum momento? Quais feridas emocionais vieram desse contexto? Algum de seus pais foram distantes de você? Ou o casamento de seus pais era distante? O que ressoa no momento presente de sua união e que você aprendeu na relação em família ou que mágoa traz lá de trás que está sendo atualizada em seu casamento?
O processo terapêutico tem como missão tornar consciente aquilo que está inconsciente. Além disso, trabalha-se as interações entre os membros de uma família, casal ou até mesmo do indivíduo e como perpetuam em conjunto seus próprios dilemas.
Para estar casado é necessário jogar fora o lixo emocional das famílias de origem onde deve ser jogado. Aproveitar os ensinamentos saudáveis e carregá-los como heranças, presentes de nossos familiares.
Nem sempre esse caminho de descoberta vai ser fácil. Ao contrário. Dá muito trabalho e exige disposição de quem busca autoconhecimento.
O caminho se torna sem volta. Como dizia Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original.”
Então, carregue boas heranças de sua família e construa as suas próprias também em conjunto com seu cônjuge.
Faz sentido?
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