Quando a dor é demais, o ciúme se manifesta.
- psicovanessadealmeida
- 27 de out. de 2023
- 3 min de leitura
Parafraseando "quando a esmola é demais, o santo desconfia", falaremos esse mês sobre o ciúme que dói, o excessivo, o patológico.
Muitas pessoas acreditam que sentir ciúmes é uma verdadeira demonstração de amor, porém precisamos diferenciar os ciúmes saudável do ciúme patológico.
De acordo com o dicionário, seguem algumas definições sobre ciúme:
Sentimento complexo e de difícil compreensão, provocado pelo medo de perder a pessoa amada.
Receio de que a pessoa amada se apegue a outra.
Despeito por ver alguém possuir um bem que é alvo do seu desejo.
Desejo de manter ou de proteger algo que é motivo de orgulho.
Percebemos que o ciúme pode ser vivenciado tanto como algo favorável dentro de uma relação, quanto algo prejudicial.
Se você vivencia o ciúme de forma saudável, deseja o bem-estar da pessoa ou de algo que tem muita estima, pois é algo que quer conservar, cuidar.
Não existe aqui a questão da posse, mas um desejo genuíno, uma preocupação em proteger a pessoa ou objeto amado. Seu compromisso é com a felicidade, zelo e carinho compartilhados.
O ciúme caracterizado como patológico é aquele que há excesso de controle, sentimento de posse.
O outro não pode ser quem é ou nada pode sair fora do padrão, pois a insegurança não permite que essa relação seja espontânea.
Sair do script ou ocorrer algo imprevisível pode despertar sérias confusões como sensação de ser traído ou ameaçado.
Sentir ciúmes em excesso a ponto de sua vida ser a da outra pessoa ou só fazer sentido se você tiver total controle sobre o outro, sugere que você esteja vivenciando uma obsessão e não um relacionamento saudável.
Enquanto se preocupa passando horas e horas sem dormir, articulando qual será a sua próxima caçada para encontrar aquilo que não gostaria, ou desconfiando até do ar que sua parceria respira, aquilo que precisa ser vivido ou nutrido na relação a dois não se torna realidade: a cumplicidade, o compromisso, o valor que cada um dá ao outro.
O que é importante fica em segundo lugar.
Mas, então por que essa saga do ciúme excessivo?
História pregressa, traumas vividos nesse âmbito, traições e dores com pessoas de extremo significado, etc.
Isso dá o direito da pessoa ser assim? Talvez, dentro do sentido de ter algo mal resolvido emocionalmente, uma dor que se manifesta através do ciúme. Mas a pergunta que melhor se adequa é: eu quero continuar a viver dessa forma ou quero evoluir e me tornar uma pessoa com menos ciúmes?
Quero diminuir a minha dor e ter menos desconfiança do outro?
Ressalto que seu par pode sim dar sinais de que merece desconfiança de sua parte, principalmente, quando não se é coerente com aquilo que se faz, fala, pensa e sente. Mas nesses casos, quando se torna claro que a relação não tem importância, por qual motivo continuar nela?
O preço que se paga é muito grande vivendo o ciúme excessivo: desgaste emocional, conflitos constantes e intensos, baixa autoestima, sensação de menor valor, inferioridade e desmerecimento.
É preciso mergulhar em um processo de autoconhecimento para identificar a origem desse sentimento e avaliar possibilidades de mudanças.
No amor não há garantias.
Você é a única garantia para si mesmo, então pergunte-se: eu tenho sido uma boa parceria? Eu tenho nutrido a mim de amor, compaixão e afeto suficientes a ponto de não depender do outro para isso? Confio em mim? Como lido com as perdas?
O que meu ciúme representa para mim e para minha história como um todo? O que ele quer dizer, pedir?
Uma relação precisa somar em sua vida e não ser o pilar principal para que você continue de pé!
Se essa reflexão fez sentido para você, compartilhe com alguém especial.
Conhecimento bom é conhecimento compartilhado.
Vamos juntos disseminar informação?
Abraço afetuoso.
Vanessa de Almeida
Psicóloga clínica e Psicoterapeuta de Casal e Indivíduos
Instagram: @psicologavanessadealmeida
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