É POSSÍVEL SENTIR GRATIDÃO DIANTE DE UM SOFRIMENTO?

Essa é uma pergunta que volta e meia está presente nas sessões de terapia. Por muito tempo, eu também me questionei se seria possível isso acontecer comigo diante dos meus sofrimentos relacionais.

A forma como lidamos com nossos conflitos é única e pessoal. Assim, o caminho que percorri para sentir gratidão não será o mesmo que o seu, pois nossas histórias são concebidas de maneira diferente.

Hoje, quero contar como foi meu processo nesse caso.

Quando aprendi a olhar para a pessoa ou o conflito o qual me doía sem tentar culpabilizar o outro, compreendendo que existe algo e uma história além de mim, que o mundo não gira ao meu redor, que as expectativas sou eu quem crio, que eu posso escolher a crença que me faz bem e excluir as que não trazem crescimento, que eu não precisava fazer/dizer coisas só para ser vista ou agradar a outra pessoa por pura carência, que eu podia ser solidária e me julgar menos, que eu não precisava ser perfeita e ter o controle de tudo o tempo todo.

Quando eu compreendi de onde vinham os meus comportamentos disfuncionais pude fazer uma escolha: deixar de culpar o outro e ser responsável por aquilo que sinto e faço.

Sentir gratidão para mim é entrar em contato com aquilo que me feriu e poder seguir em frente, porque eu tirei proveito daquilo que me cabia, daquilo que foi possível, e isso me deu a oportunidade de ser eu mesma, desgarrada do sentimento de rancor, hostilidade, raiva, tristeza ou qualquer sentimento que pudesse me prender ao conflito.

É preciso deixar ir o sofrimento para direcionar a sua energia em projetos de VIDA. Aprender a não julgar o outro e a não se vitimizar, coloca qualquer um em movimento de se autorresponsabilizar pelo próprio sofrimento.