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Ainda podemos ser felizes? Os impactos da separação para o casal e quando este tem filhos

  • Foto do escritor: psicovanessadealmeida
    psicovanessadealmeida
  • 8 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura


Romper uma relação não é fácil: os sentimentos de impotência, de perda de tempo, tristeza, raiva, sensação de vazio, luto, agressividade, ciúmes, ansiedade, fantasias que brotam e não ajudam no processo de separação são alguns dos sentimentos e emoções que qualquer casal pode passar ao decidir seguir caminhos diferentes.


Um dos pontos de reflexão que quero trazer para vocês é sobre como essa relação foi fundada. A partir do momento em que o casal consegue perceber sobre quais bases o seu relacionamento foi construído, (quais valores compartilhavam, limites estabelecidos, planos de futuro juntos, desenvolvimento de autonomia, espaço para individualidade) é possível passar pela separação de uma maneira menos dolorosa e sofrida. Eu disse menos dolorosa: toda separação vai implicar mudança de rotina e certo grau de sofrimento.


Quando o casal se sustenta numa relação saudável e equilibrada a separação pode ser vivenciada de forma madura, onde ambos percebem que os objetivos que os mantinham juntos já não se fazem mais presentes. Ambos reconhecem que a função de um para o outro já cumpriu o seu papel e que é melhor seguirem caminhos diferentes, sendo gratos pela convivência e trocas até então estabelecidas e com a certeza de que o melhor para o outro virá.


Porém, para chegar a esse nível de maturidade num momento de separação, o casal com certeza investiu em autoconhecimento. Sabem sobre o próprio valor, da importância de serem pessoas autônomas na vida, de como contribuíram na relação, tanto para o crescimento, quanto nas dificuldades.


A separação se torna conflituosa por demais quando os casais não sabem quem são dentro do relacionamento, e isso se acentua ainda mais quando há filhos.


Relações de dependência afetiva, quando um dos pares se torna o mundo do outro, conflitos de poder, quando um dos pares nem se importa com a relação, mas sim com o sentimento de posse que essa relação proporciona, quando o casal não valoriza ou apoia o que o outro sente, indisponibilidade em estar num relacionamento, agressividade, falta de diálogo, ausência de divisão de responsabilidades, imposição no lugar de diálogo são alguns pontos que reforçam os impasses e que contribuem para que os parceiros não se entendam, pois não conseguem entender a si mesmos, quanto mais a relação complexa que é a relação de casal.


Todos esses conflitos são dobrados quando há presença de filhos. Aí o casal, que já é disfuncional se pergunta: como ficarão nossos filhos? Não conseguem perceber que o que acabou foi a relação conjugal e não a parental. Os filhos nesse momento sofrem bastante, pois terão que se acostumar com casas separadas, as quais devem estar preparadas para receber esses filhos.

E aí trago mais um ponto de reflexão: qual foi o lugar construído para este filho na relação de vocês? É muito fácil o filho virar munição para atingir o parceiro diante da separação. O filho vira literalmente “bode expiatório” do rompimento, submetendo-se ao papel, muitas vezes, daquele que será o responsável pela separação; ou aquele que precisa unir os pais novamente; ou aquele que sairá do lugar de filho para virar confidente de um dos pais; aquele filho que não pode romper a lealdade de um dos pais, porque este pai se envolveu com outra pessoa, assim, compra a briga do cônjuge que foi deixado, criando uma verdadeira guerra dentro da família.


Entendam: casais disfuncionais muito provavelmente criarão relações disfuncionais para seus filhos. E nesse momento de separação as relações podem se deteriorar de tal maneira que fica impossível dialogar ou encontrar alternativas mais amistosas de romper a relação.


Os filhos diante da separação devem ter seu lugar garantido na vida dos pais. Os filhos precisam entender que os pais merecem ser felizes, mesmo com outros parceiros, e que estes parceiros não tomarão o lugar especial que eles possuem na vida de seus pais. Muitas fantasias podem surgir diante da separação na mente dos filhos, por isso cabe aos pais garantir a estabilidade, a presença, a confiança, a segurança de que esse filho necessita.


Aos novos pares dos cônjuges que se separam, cabe participarem de maneira equilibrada na vida destes filhos. Lembrem-se: o papel de educar é dos pais e não dos padrastos e madrastas. Limites estabelecidos devem ser colocados na convivência para uma melhor relação familiar.


Ainda podemos ser felizes? Sim. Acredito que é possível, mesmo diante da separação conjugal, o ex-casal ser feliz. Cabe investir em compreender sobre o que é relacionamento, criação de filhos, valores importantes que embasam a própria vida. Os filhos terão como espelho a forma que os pais lidam diante da frustração do cotidiano da vida, mas internalizarão valores, ética e respeito ao próximo a partir daquilo que faz sentido para eles e que eles conseguem perceber na prática que os pais fazem. Palavras ao vento não dizem nada, atitudes coerentes e maneiras de lidar com os conflitos da vida, sim.


O que acharam dessa reflexão? Fiquem à vontade para me contar.


Abraço afetuoso

 
 
 

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Psicóloga Vanessa de Almeida - Terapia de Casal e Individual Online.

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