Qual a diferença entre Privacidade, Individualidade e Intimidade na relação amorosa?
- psicovanessadealmeida
- 11 de jun. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de jun. de 2023
Quando pensamos numa relação amorosa é muito comum a gente ter como expectativa uma entrega total, abertura da parte do parceiro ou da parceira onde a relação possa ser nutrida de confiança, afeto, reciprocidade, transparência, projetos em comum e uma visão de futuro em conjunto.
Mas será que a gente tem ou precisa dividir tudo com o parceiro? Existe um limite saudável onde podemos compartilhar e ter um momento só nosso ou algo que a gente não queira compartilhar com o parceiro(a)?
Vamos pensar juntos sobre isso?
Quando falamos sobre praticar a individualidade numa relação a dois é pensar que existe uma vida para além da sua relação amorosa. Então, é saudável que você saia com os amigos, tenha tempo para fazer seu esporte favorito, que tenha um tempo só seu, onde você não vai dividir com seu parceiro(a). E quando eu falo saudável, quero dizer que isso deve estar de acordo com o combinado que o casal faz, ok?
A intimidade na relação já pressupõe que você não precisa esconder seus defeitos, as suas qualidades, você não tem medo de ser quem é, porque a relação de casal é uma relação de confiança, abertura, acolhimento, aprendizado. A intimidade é aquele quentinho no coração, aquele lugar de conforto, aquela sensação de que “é aqui que eu quero estar”, porque eu compartilho, o outro também compartilha e seguimos juntos, realizando desejos e sendo cúmplices de jornada.
Agora, a privacidade já é algo que eu gosto de pensar que o parceiro não queira compartilhar com o outro, não com a intenção de não ter transparência ou confiança, mas algo que para ele pode não fazer sentido compartilhar.
Vamos exemplificar? Imagina que o seu parceiro tenha uma ex. Qual o sentido de vocês ficarem falando sobre detalhes da relação que passou (vida sexual, onde gostavam de ir, o que gostavam de fazer, qual carinho ele gostava de receber) trazendo essa pessoa para o momento presente da relação? Será que isso não deve ser do âmbito do privado?
Sei que rola uma curiosidade, mas não exceda! Pergunte, mas não seja invasivo. Pense, qual sentido ou o quero com essas informações? O que ajuda a minha relação? Isso nutre minha insegurança? Qual meu incômodo? É só uma curiosidade despretensiosa?
Vamos para outro exemplo? De repente, sua parceira(o) tem uma vivência pessoal, algo que é dela, que incomoda, machuca, ou apresenta um conflito com algum familiar e que ela não quer dividir com você. É algo que ela mantém no privado, porque ela não quer dividir por uma limitação que é dela. O podemos fazer nesse sentido? Respeitar. Quem sabe um dia essa parceira(o) possa ou queira compartilhar no tempo dela?
Um terceiro exemplo: quando você experiencia algo muito especial, uma realização que foi muito querida, buscada por você. É possível até compartilhar a experiência, mas ninguém vai saber sobre o que você realmente sentiu, porque só você sabe sobre aquilo que você sente. Naturalmente, isso é algo do privado, é a sua experiência, ninguém consegue nomear a sua experiência por você.
Então, vamos estimular o diálogo sobre esses três elementos numa relação amorosa, buscando respeitar os combinados do casal sem desrespeitar também o que é próprio de cada um?
Faz sentido para vocês? Compartilhe com alguém especial. Até a próxima.
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